quinta-feira, 2 de julho de 2020

8ºs A e B Wellington-História -aula CMSP de 01.07.2020 O processo de Independência das Américas

Complemento a vídeo aula CMSP  de 01.07.2020 O processo de Independência das Américas. Você pode rever aulas anteriores para auxiliá-lo.

As atividades abaixo deverão ser registradas no caderno, a entrega será através do Classroom ou por e-mail profwell1@terra.com.br. (você poderá enviar uma foto ou anexo quando solicitado).
Se você conhece algum aluno que não tem acesso a internet, passe o contato da escola para que os pais ou responsáveis, retirem atividades direto na escola.

E.E. Prof. Elizabeth AP. Simões Mesquita-fone 3921-8613

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ATIVIDADE

1-Faça um resumo em seu caderno, do que acontecia com os países colonizadores europeus,  que influenciou no processo de independência nas colônias nas Américas, com foco nas colônias da América Espanhola.(reveja a vídeo aula caso preciso em www.pebsp.com dia 01.07). Segue texto de apoio.

INFOESCOLA - O processo de Independência das Américas

Crise do Sistema Colonial decorreu, em grande medida, da expansão do pensamento ilustrado pelo Ocidente. Pode-se dizer que os conflitos que modificaram radicalmente as relações entre as Américas e suas metrópoles europeias decorreram da própria crise da Modernidade no despontar da Revolução Francesa. Conceitos como liberdade, igualdade e fraternidade encontraram, na América, um ambiente propício ao desenvolvimento de modelos políticos críticos ao embaraçoso sistema colonial. É bem verdade que os processos de independência, como no caso do Brasil, não romperam de forma radical com os modelos econômicos vigentes. O sistema escravocrata financiado pelas elites latifundiárias e monocultoras, apesar do frágil diálogo com a ideia de civilização, amplamente defendida no despontar dos séculos XVIII e XIX, estabeleciam as bases para uma autonomia político-econômica mascarada pelos discursos de independência social. A evidencia do fortalecimento de sociedades coloniais, através do surgimento de elites locais, levou metrópoles como Inglaterra, Espanha e Portugal a implementarem estratégias políticas, fiscais e econômicas compulsórias, na tentativa de resistir ao emergente processo de independências das colônias americanas.

Estados Unidos x Inglaterra

Nas Colônias do Norte, a Inglaterra estabelecia uma política colonial restritiva, impondo medidas de controle comercial às Treze Colônias impulsionando a luta pela independência. Apesar da vitória na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) ter expandido os domínios ingleses, o custo da guerra teria sido alto demais para seus cofres, o que levou à criação de leis tributárias que aumentaram de modo significativo os impostos sobre as Treze Colônias. Reações posteriores levaram a Inglaterra a suspender algumas destas leis e diminuir taxas sobre a exportação do açúcar. O ato que ficou conhecido como Festa do Chá de Boston (1773), onde carregamentos de chá trazidos pela Companhia das Índias Orientais foram jogados ao mar pelos colonos, evidenciava o desgaste entre a Inglaterra e suas colônias. Respondendo ao evento ocorrido em Boston, o Parlamento Inglês aprovou, em 1774, as Leis Intoleráveis que impunham novas sanções às Treze Colônias. Os colonos reagiram mais uma vez promovendo os Congressos Continentais da Filadélfia, dos quais resultaram a Declaração da Independência de 1776. Em 1783, a Inglaterra reconheceu a Independência dos Estados Unidos. Em 1787, foi aprovada a Constituição dos Estados Unidos, na qual a liberdade e direitos dos cidadãos foi garantida, mas a escravidão ainda mantida.

América Espanhola x Espanha

Na América espanhola, com exceção do México, onde o movimento teve caráter fortemente popular, os processos de independência foram liderados pela elite criolla. O objetivo era consolidar o poder político e econômico da elite local. Os criollos não desejavam o rompimento com a ordem social vigente em seus territórios. Entendiam que a exploração compulsória do trabalho indígena e negro deveria ser mantida, já que constituíam a base da economia. No âmbito intelectual, os criollos defendiam princípios liberais, baseados na Independência dos Estados Unidos e na Revolução Francesa. A Coroa espanhola tentava a todo custo evitar que os ideais revolucionários chegassem às suas colônias, mas os princípios liberais circulavam pelas universidades na América. Em 1808, com a derrubada da Coroa espanhola por Napoleão Bonaparte, os movimentos de independência na América cresceram. As elites criollas aumentavam seus poderes à medida que não reconheciam a autoridade do Império Napoleônico sobre seus territórios. As colônias espanholas passaram a se rebelar quase que simultaneamente. Os movimentos começaram nas cidades e se espalharam pelos campos proclamando as independências na Argentina (1816), Chile (1818), Grã-Colômbia (atuais Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá), Peru (1821), México (1823, após a criação de uma monarquia católica, em 1821) e Bolívia (1825). Todas foram antecedidas pela Revolução Haitiana, onde escravos negros influenciados pelas ideias de liberdade e igualdade da Revolução Francesa criaram, em 1804, a República do Haiti.

Brasil x Portugal

Na América portuguesa, as medidas adotadas no Período Pombalino aumentaram ainda mais a crise econômica e política. O fracasso do Marquês de Pombal em articular o Absolutismo Ilustrado com as bases mercantilistas acirrou ainda mais os ânimos coloniais na medida que crescia a arrecadação de impostos. Movimentos de caráter emancipacionista indicavam um caminho sem volta para a independência. Apesar dos mártires deixados pelas trilhas sangrentas das ciladas armadas pelo Estado Português, as resistências se tornaram uma constante, passando a fortalecer os ideais de um Estado Independente. Juntaram-se a essas instabilidades, o Terremoto de Lisboa (1755), a crise do comércio açucareiro e a queda na produção aurífera, além de crises sociais decorrentes de políticas administrativas implementadas no Estado do Grão-Pará e Maranhão, as quais resultaram na expulsão dos jesuítas e na tentativa de criação de uma economia agrícola em larga escala com a utilização da mão de obra indígena regulamentada pelo Diretório dos Índios. Apesar da disseminação das ideias francesas e norte-americanas, as reformas sociais foram controladas pelas elites. Após a queda de Pombal, conjurações de caráter emancipacionistas, mesmo em perspectivas locais, passaram a ocorrer em diferentes regiões.
Nas Minas Gerais, em 1789, uma crise econômica, resultante da escassez de ouro, aumentava as pressões da Coroa portuguesa pela cobrança do Quinto (100 arrobas anuais – valor equivalente à 1.468,9kg de ouro) através da execução da Derrama (cobrança compulsória dos Quintos em atraso – Invasão de cidades, vilas, fazendas e casas a procura de ouro para alcançar o valor do Quinto). Como resposta, a elite local pretendeu tomar o poder e instituir uma república através do fracassado evento denominado de Conjuração Mineira. A Conjuração Baiana, iniciada com as elites, em 1798, tomou projeções de caráter social, a partir do ingresso de mulatos, ex-escravos, homens brancos pobres, alfaiates, pedreiros, soldados e bordadores que passaram a defender a proclamação de uma república na Bahia, o fim da escravidão e das diferenças baseadas na cor da pele. Por estas razões, a conjuração acabou perdendo seu apoio maçônico e sucumbindo naquele mesmo ano.
Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, transformações de caráter econômico iniciaram o processo de independência econômica das colônias portuguesas. A Abertura dos Portos dava fim ao exclusivo colonial (principal aspecto que une uma colônia a sua metrópole), permitindo que as nações aliadas a Portugal (naquele momento, a Inglaterra) pudessem desenvolver relações comerciais com o Brasil e o Estado do Grão-Pará e Maranhão, anulando suas dependências econômicas unilaterais. A instalação de manufaturas, fundação do Banco do Brasil (1808), a invasão da Guiana Francesa (1808), elevação do Brasil à categoria de Reino Unido à Portugal e Algarves (1815), a Insurreição Pernambucana (1817) e a ocupação da Banda Oriental do Uruguai, após a Guerra contra Artigas (1816-1820), alteraram o lugar das colônias portuguesas no cenário intercontinental. Enfim, a Revolução do Porto (1820), decorrente de uma crise política em Portugal, concorreu para o enfraquecimento das relações com o Brasil e a consequente Proclamação da Independência, em 1822. Portanto, a Crise do Sistema Colonial deve ser pensado como evento de longa duração.
Referências:
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, v. 2, 2013.
DA COSTA, Emília Viotti et al. Introdução ao estudo da emancipação política do Brasil. Brasil em perspectiva, 1971.
NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1986.
SÁ MÄDER, Maria Elisa Noronha de. Revoluções de independência na América Hispânica: uma reflexão historiográfica. Revista de História, n. 159, p. 225-241, 2008.

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