sexta-feira, 3 de julho de 2020

Profª Leticia / Eletiva Fotografia -1º ano A. Susan Sontag: Fotografia e Sociedade (parte 2)


EE PROFª ELIZABETH APARECIDA SIMÕES MESQUITA
Eletiva: Fotografia
Turno: Manhã
1º ano A EM
Profª Leticia Rolim
Whatsapp: (11) 955516348

I Make Digital Mashups Of Classic Art Masterpieces With Modern Culture |  Bored Panda


Oi pessoal, tudo bem com vocês?

A atividade dessa semana é continuação da semana passada, onde iremos investigar um pouco a questão da Beleza na fotografia e a autoestima.

Você já parou para pensar que só queremos tirar foto do que achamos bonito? Que nos sentimos muito mal quando nossa aparência não fica boa nas fotos, quando às vezes queremos mostrar algo diferente do que vemos na vida real, sem as câmeras?

Susan Sontag, escritora sobre a qual falamos na semana passada, fala um pouco sobre isso aqui embaixo. Leia o texto:

O HEROÍSMO DA VISÃO – SUSAN SONTAG
 
“Ninguém jamais descobriu a feiura por meio de fotos. Mas muitos, por meio de fotos, descobriram a beleza. Salvo nessas ocasiões em que a câmera é usada para documentar, ou para observar ritos sociais, o que move as pessoas a tirar fotos é descobrir algo belo. (O nome com que Fox Talbot patenteou a fotografia em 1841 foi calótipo: do grego kalos, belo.) Ninguém exclama: “Como isso é feio! Tenho de fotografá-lo”. Mesmo se alguém o dissesse, significaria o seguinte: “Acho essa coisa feia... bela”. 

É comum, para aqueles que puseram os olhos em algo belo, lamentar-se de não ter podido fotografá-lo. O papel da câmera no embelezamento do mundo foi tão bem-sucedido que as fotos, mais do que o mundo, tornaram-se o padrão do belo. Anfitriões orgulhosos de sua casa podem perfeitamente mostrar fotos do lugar onde moram para deixar claro aos visitantes como se trata de uma casa, de fato, maravilhosa. Aprendemos a nos ver fotograficamente: ver a si mesmo como uma pessoa atraente é, a rigor, julgar que se ficaria bem numa fotografia. As fotos criam o belo e — ao longo de gerações de fotógrafos — o esgotam. Certas glórias da natureza, por exemplo, foram simplesmente entregues à infatigável atenção de amadores aficionados da câmera. Pessoas saturadas de imagens tendem a achar piegas os pores do sol; agora, infelizmente, eles se parecem demais com fotos.

Muitos se sentem nervosos quando vão ser fotografados: não porque receiem, como os primitivos, ser violados, mas porque temem a desaprovação da câmera. As pessoas querem a imagem idealizada: uma foto que as mostre com a melhor aparência possível. Sentem-se repreendidas quando a câmera não devolve uma imagem mais atraente do que elas são na realidade. Mas poucos têm a sorte de ser “fotogênicos” — ou seja, parecer melhor nas fotos (mesmo quando não são maquiados ou beneficiados pela luz) do que na vida real. A circunstância de as fotos serem muitas vezes elogiadas por sua espontaneidade, por sua honestidade, indica que a maioria das fotos, é claro, não é espontânea. Em meados da década de 1840, o processo negativo-positivo de Fox Talbot começou a substituir o daguerreótipo (o primeiro processo fotográfico viável). Uma década depois, um fotógrafo alemão inventou a primeira técnica de retocar o negativo. Suas duas versões de um mesmo retrato — uma retocada, a outra não — espantaram a multidão na Exposition Universelle de Paris, em 1855 (a segunda feira mundial e a primeira com uma exposição de fotos). A notícia de que a câmera podia mentir tornou muito mais popular o ato de se deixar fotografar.

[...]

SONTAG, Susan. Sobre Fotografia. Tradução de Rubens Figueiredo. – 1. ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2004.


Agora, leia a reportagem abaixo, comparando com o texto que acabou de ler.


REPORTAGEM: “Instagram é a rede social mais nociva à saúde mental, diz estudo” Superinteressante

Sabe aquele baixo astral que dá quando você fica muito tempo nas redes sociais? Não é só com você. Além do tempo perdido, as horas conectado também afetam nossa saúde mental. A coisa funciona como uma droga, afinal: quanto mais tempo você passa diante do celular ou do computador, mais tempo você quer ficar.

A metáfora não é em vão. Redes sociais são mais viciantes que álcool e cigarro – é o que diz a pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society of Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem. E, dentre elas, o Instagram foi avaliado como a mais prejudicial à mente dos jovens. 

Os resultados mostram que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais – mais do que qualquer outro grupo etário, o que os torna ainda mais vulneráveis a seus efeitos colaterais. Ao mesmo tempo, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população  aumentaram 70%  nos últimos 25 anos. Os jovens avaliados estão ansiosos, deprimidos, com a autoestima baixa, sem sono, e a razão disso tudo pode estar na palma das mãos deles: nas redes sociais, justamente.

Ao longo da pesquisa, 1479 indivíduos , entre 14 e 24 anos tiveram que ranquear o quanto  as principais redes (Youtube, Instagram, Twitter e Snapchat) influenciavam seu sentimento de comunidade, bem-estar, ansiedade e solidão.

O estudo mostrou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente o sono, a autoimagem, e aumenta o medo dos jovens de ficar por fora dos acontecimentos e tendências. Segundo a pesquisa, o site menos nocivo é o Youtube, seguido do Twitter. Facebook e Snapchat ficaram em terceira e quarta posição, respectivamente.

Apesar do Youtube ser um dos sites que mais deixam os jovens acordados até altas horas, o site foi avaliado como o que menos prejudicou o bem-estar dos participantes. Instagram, em contrapartida, recebeu mais da metade das avaliações negativas. Sete em cada 10 voluntários disseram que o app fez com que eles se sentissem pior em relação à própria autoimagem. Entre as meninas, o Instagram foi ainda mais devastador: nove em cada 10 se sentem infelizes com seus corpos e pensam em mudar a própria aparência, cogitando, inclusive, procedimentos cirúrgicos.

[...]




ATIVIDADE

Com base nos textos que leu, responda:

1)    Qual a relação entre o texto de Susan Sontag, sobre a beleza na fotografia, e a reportagem que leu, sobre as redes sociais? Explique.

2)    Você acha que as redes sociais e a fotografia ajudam ou atrapalham a nossa relação com a nossa autoestima? Por quê?


3)    Na sua opinião, por que as pessoas que participaram da pesquisa na reportagem sentem ansiedade, depressão, autoestima baixa e falta de sono ao usar as redes sociais? Instagram, Facebook, Youtube, etc.

4)    Você sente a mesma coisa que as pessoas entrevistadas na reportagem, quando usa suas redes sociais? Conhece alguém que sente?

IMPORTANTE:

Envie suas respostas no e-mail leticiarolim@prof.educacao.sp.gov.br  ou pelo whatsapp até 10/07, sexta-feira que vem. Ou digitado via Word ou Documentos Google, ou uma foto legível do caderno com as respostas.

Faça o possível para desenvolvê-las bem. Mínimo 2 linhas para cada resposta. 

Caso tenham dúvidas peço que me enviem por e-mail, ajudo no que puder.

Abraços,
Profa Leticia

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