quinta-feira, 9 de julho de 2020

7 ano A, B, C e D Portugês - Profa. Celina

Boa Tarde Alunos 7 ano,

Continuação da atividade anterior - Apostila Aprender Sempre


Leia um trecho do conto a seguir, chamado “Conto de escola”, de Machado de Assis:

Conto de escola A escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia - uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant’Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão. Na semana anterior, tinha feito dois suetos*, e, descoberto o caso, recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova** de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um menino de virtudes. Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de cinquenta anos ou mais. Uma vez sentado, extraiu da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos. - Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre. Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco. - O que é que você quer? - Logo, respondeu ele com voz trêmula. [...] * sueto: folga, descanso. / ** sova: surra. Fonte: UNESP- Acervo Digital (fragmento). Disponível em:: . Acesso em: 09 jun. 2020.

6. No trecho do conto, o menino decide ir para a escola porque: 
  (  )a. Tinha prazer em estudar. 
  (  )b. Tinha medo do pai. 
  (  )c. Gostava do professor.
  (  ) d. Tinha muitos amigos na escola. 

 7. Assinale a alternativa que corresponde à descrição que Pilar faz de Raimundo:
    (  ) a. Ia muito bem nos estudos, mas tinha a saúde frágil. 
    (  ) b. Gostava muito de estudar e seu pai o elogiava por isso. 
    (  ) c. Tinha medo do pai, o mestre, e dificuldades nos estudos. 
    (  ) d. Ajudava todos os alunos da sala porque fazia a lição logo. 

Leia o texto a seguir:

 NARCISO (Mitologia grega) Há muito tempo, na floresta passeava Narciso, o filho do sagrado rio Kiphissos. Era lindo, porém, tinha um modo frio e egoísta de ser, era muito convencido de sua beleza e sabia que não havia no mundo ninguém mais bonito que ele. Vaidoso, a todos dizia que seu coração jamais seria ferido pelas flechas de Eros, filho de Afrodite, pois não se apaixonava por ninguém. As coisas foram assim até o dia em que a ninfa Eco o viu e imediatamente se apaixonou por ele. Ela era linda, mas não falava, o máximo que conseguia era repetir as últimas sílabas das palavras que ouvia. Narciso, fingindo-se desentendido, perguntou: — Quem está se escondendo aqui perto de mim? — ... de mim — repetiu a ninfa assustada. — Vamos, apareça! — ordenou — Quero ver você! — ... ver você! — repetiu a mesma voz em tom alegre. Assim, Eco aproximou-se do rapaz. Mas nem a beleza e nem o misterioso brilho nos olhos da ninfa conseguiram amolecer o coração de Narciso. — Dê o fora! — gritou, de repente — Por acaso pensa que eu nasci para ser um da sua espécie? Sua tola! — Tola! — repetiu Eco, fugindo de vergonha. A deusa do amor não poderia deixar Narciso impune depois de fazer uma coisa daquelas. Resolveu, pois, que ele deveria ser castigado pelo mal que havia feito. Um dia, quando estava passeando pela floresta, Narciso sentiu sede e quis tomar água. Ao debruçar-se num lago, viu seu próprio rosto refletido na água. Foi naquele momento que Eros atirou uma flecha direto em seu coração. Sem saber que o reflexo era de seu próprio rosto, Narciso imediatamente se apaixonou pela imagem. Quando se abaixou para beijá-la, seus lábios se encostaram na água e a imagem se desfez. A cada nova tentativa, Narciso ia ficando cada vez mais desapontado e recusando-se a sair de perto da lagoa. Passou dias e dias sem comer nem beber, ficando cada vez mais fraco. Assim, acabou morrendo ali mesmo, com o rosto pálido voltado para as águas serenas do lago. Esse foi o castigo do belo Narciso, cujo destino foi amar a si próprio. 6 | LÍNGUA PORTUGUESA Eco ficou chorando ao lado do corpo dele, até que a noite a envolveu. Ao despertar, Eco viu que Narciso não estava mais ali, mas em seu lugar havia uma bela flor perfumada. Hoje, ela é conhecida pelo nome de "narciso", a flor da noite. (Extraído de: Alfabetização: livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília: FUNDESCOLA/SEFMEC, 2000. 3 v.: 128 p. n. 2.) 

8. Neste mito grego, a principal causa da morte de Narciso foi 
  (  )a. o seu amor pela deusa Eco. 
  (  )b. o seu excesso de vaidade. 
  (  )c. o saudável cuidado com o corpo. 
  (  )d. o seu amor pela natureza. 

Favor tirar foto da atividade concluída e enviar por e-mail: celinalanzetti@gmail.com

Qualquer dúvida estou a disposição.

BONS ESTUDOS!

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