AULA DE 28 DE SETEMBRO A 02 DE OUTUBRO
LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
DATA
DA AULA: 15/09/2020
TEMA
DA AULA: Mais importante que a Internet
ETAPA
DE ENSINO: 1º ano Médio
Habilidades
do Currículo do Estado de São Paulo:
Ø Posicionar-se
criticamente diante dos problemas sociais defendendo um ponto de vista.
Objetivos
de conhecimento:
Ø Buscar
na pratica leitora a construção de repertorio para mudanças necessárias para a
vida em sociedade.
I –
O que faremos hoje?
Ø Ler
um texto buscando a identificação de fato, opinião e tema
Ø Foto
sobre uso da agua
Ø Relacionar
foto e texto.
II – FOTO – TEMA AGUA
1- O que há em comum entre as fotos.
Argumente.
2 – Escreva o que mudaria na sua vida se não tivesse acesso a agua
encanada e ao esgoto. Argumente.
III – Texto – Desigualdade social em relação ao uso da agua. (consciente coletivo) .
Os direitos humanos são direitos básicos, essenciais e inerentes a todos os seres humanos, independente de raça, classe social, gênero, nacionalidade ou qualquer outro tipo de discriminação. Com a promulgação da Declaração Universal de Direitos Humanos, em 1948, a comunidade internacional celebrou acordo que visa garantir a todos, de forma equânime, o exercício de seus direitos inatos.
A Declaração de Estocolmo, em 1972,
incluiu o meio ambiente no rol de direitos humanos, determinando que é dever de
todos proteger e buscar melhoria do meio ambiente humano. No mundo, mais 2,5
bilhões de pessoas vivem sem acesso a banheiros e sistema de esgoto adequado.
Em 2015, durante a 70ª sessão da
Assembleia Geral da ONU, criou-se a Agenda 2030 que fixou vários objetivos,
dentre eles, o objetivo nº 6, que determinou que os países devam se esforçar
para que, até 2030, todos tenham acesso a saneamento e higiene adequados e
também para acabar com a defecação a céu aberto. Contudo, somente em 2017 é que
o saneamento básico foi reconhecido como direito humano.
O acesso ao saneamento básico é uma
garantia do mínimo existencial, de qualidade de vida e de efetivação do
princípio da dignidade humana, intimamente relacionado com o direito a sadia
qualidade de vida. Portanto, é de interesse de toda a sociedade que seja
diagnosticado como o racismo institucional influencia no acesso ao saneamento
básico, para que, posteriormente, seja encontrada forma eficaz de interromper
essa influência.
A universalização do acesso ao
saneamento básico, além de significar o cumprimento de legislação federal,
significa a efetivação de recomendações internacionais e possibilita a
efetivação de direitos humanos.
De acordo com estudo realizado pelo
Instituto Trata Brasil, os estados que menos receberam investimentos em
saneamento básico entre 2015 e 2017 foram Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e
Rondônia, totalizando 1,7%. Todos esses Estados são da Região Norte do país,
onde se encontra a maior concentração de pobreza, portanto, onde há menos
acesso a infraestrutura, está também a maior concentração de pobreza – junto
com a Região Nordeste.
A política pública relacionada ao
saneamento básico já existe, e um dos seus princípios basilares é a
universalização do acesso. Em 2007 entrou em vigência a Lei nº 11.445, que
estabeleceu a universalização do acesso ao saneamento básico como um dos
princípios fundamentais e definiu universalização como sendo a ampliação
progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico.
Este princípio da universalização, mesmo após dez anos de vigência da lei, não
atingiu seu objetivo tendo em vista os números alarmantes de população sem
acesso ao saneamento básico no Brasil.
Entre 2007 e 2017, houve aumento no
acesso ao tratamento de água e esgoto: o total de brasileiros atendidos por
abastecimento de água tratada passou de 80,9% para 83,3%; enquanto a população
atendida por coleta de esgoto passou de 42% para 50,3%.
Apesar do aumento global no acesso, a
região Norte do país possui números preocupantes: apenas 8,7% da população
possui acesso a esgoto e 16,4% da população possui acesso ao tratamento desse
esgoto. Além disso, somente 56% da população possui cobertura de água potável,
números muito inferiores aos da Região Sudeste – que possui os melhores
indicadores do país (91,2% de cobertura de água, 77,2% tem acesso à rede de
esgoto e 47,4% ao tratamento de esgoto).
Em ranking dos vinte melhores
municípios em relação ao saneamento básico, realizado em 2017 pelo Instituto
Trata Brasil (2017), treze posições são ocupadas por municípios da Região
Sudeste (as quatro primeiras, inclusive), cinco posições ocupadas por
municípios da Região Sul (todas são cidades do Paraná) e as duas posições
restantes ocupadas pela Região Nordeste (municípios da Bahia e Paraíba). Em
contrapartida, o estudo apresentou o ranking dos dez piores municípios: dois
são da Região Sudeste (Rio de Janeiro), um da Região Sul (Rio Grande do Sul),
um da Região Centro-Oeste (Mato Grosso), um da Região Nordeste (Pernambuco) e
cinco municípios são da Região Norte (Amazonas, Amapá, Rondônia e Pará).
No ranking dos dez piores municípios
em relação ao saneamento básico, quatro pertencem à Região Norte e atendem
menos da metade de sua população com água.O município de Santarém, no Pará, não
realiza nenhuma coleta de esgoto apesar de possuir mais de 200 mil habitantes.
As análises dos dados de saneamento
básico na região Norte são alarmantes, sobretudo se comparada com as outras
regiões do país. os Estados que menos receberam investimentos em saneamento
básico nos últimos três anos foram Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e Rondônia,
totalizando 1,7%. O mais impressionante desses dados é que a Região Norte é a
maior do Brasil e corresponde a 45% de todo o território nacional.
Políticas públicas são ações de
governo para realizar interesses coletivos por meio da prestação de serviços e
entrega de bens à sociedade. A formulação de uma política pública envolve
diversas etapas e não se esgota quando é colocada em prática.
Após a criação e implementação de
determinada política pública, é necessário que se faça a avaliação de sua
dinâmica, isto é, avaliando como a implementação da política está interferindo
na sociedade. A avaliação é feita por diversos atores sociais, como políticos,
entidades de classe, organizações não governamentais e os próprios cidadãos, e
cada conjunto de atores faz essa avaliação utilizando-se de técnicas diversas.
As manifestações públicas, por meio de protestos feitos por atingidos, por
exemplo, representam uma avaliação dos méritos, ainda que seja informal,
portanto, cada grupo social desempenha papel fundamental no aprimoramento da
política pública.
Portanto, a existência de uma
política pública, institucionalizada por meio da legislação, não significa a
efetiva solução do problema. É necessário que a população se mobilize para
fiscalizar e cobrar dos governos a solução do problema. Protestos públicos
organizados pela população são considerados formas de avaliar o mérito da
política pública, podendo influenciar o governo a pensar em soluções mais
efetivas ou a reformular a política vigente.
*Maria Luísa Brasil Gonçalves Ferreira - Bacharel
em Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara. Pós-graduanda pela Escola
Superior de Advocacia da OAB. Assistente jurídica no Tribunal de Justiça de
Minas Gerais.
3 – Leia, pesquise e diga por
que no norte do Brasil as disparidades
sociais são maiores.
BONS
ESTUDOS
lilibordinhao@gmail.com
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