Bom Dia 7 ano,
Estou montando um grupo de whatsapp da minha sala de coordenação 7 ano B, para esclarecimento
de dúvidas e melhor interagirmos, aqueles que ainda não estão inclusos me enviar o número do celular através do e-mail: celinalanzetti@gmail.com
Para melhor avaliar suas atividades favor tirar foto do caderno e me enviar por e-mail.
Continuação da Atividade da Apostila Aprender Sempre
O texto a seguir é uma lenda latino-americana, especificamente do Peru:
ACOITRAPA E CHUQUILHANTO
Na cordilheira que fica em cima do vale de Yyucay, em Cusco, pode-se ouvir todos os sons. O vento sopra
com sua bocarra; a manhã, obrigada a se levantar sempre antes dos outros, boceja morta de sono; os pássaros, seus eternos namorados, acordam cantando ao ouvi-la se espreguiçar. De repente, silêncio. Acaba de
chegar Acoitrapa, o pastor de lhamas. Ele é jovem e belo. Toca a quena* tão docemente, que até as flores
mais tímidas se abrem e despontam entre os galhos das árvores para escutá-lo.
Certa vez, as duas filhas do sol passaram perto de seu rebanho. Encantadas com a música, se aproximaram
para ver quem tocava tão bem assim aquele instrumento.
O pastor ficou deslumbrado ao vê-las. Os três conversaram e riram, sem se preocupar com o correr das
horas. Quando o sol se escondeu, as jovens, com muita pena, precisaram se despedir. O pai permitia que
passeassem pelo vale, porém ai delas se não chegassem em casa antes do anoitecer!
Chuquilhanto, a mais velha, se sentiu mais triste que sua irmã. Sem saber como, se apaixonara
por Acoitrapa.
Chegando ao palácio, Chuquilhanto não quis comer. Correu para o quarto, a fim de ficar sozinha. Deitou-
-se, fechou os olhos, ficou se lembrando de seu doce pastor, e então adormeceu.
Em sonhos, viu um belo rouxinol que cantava suave e harmoniosamente. Falou-lhe, então, de seu amor e
de seu medo: temia que seu pai considerasse um guardador de lhamas muito pouco para uma filha do sol.
O rouxinol, comovido pela aflição da jovem, lembrou-lhe que no palácio havia quatro fontes de água cristalina: se ela se sentasse no meio delas cantando o que o seu coração sentia, e as fontes lhe respondessem
com a mesma melodia, significava que poderia fazer sua vontade e que seus desejos seriam atendidos.
Chuquilhanto acordou. Lembrava-se perfeitamente do sonho. Vestiu-se depressa e foi aos jardins do palácio. Ali estavam as fontes, dando de beber à manhã.
Seguindo as instruções do passarinho, Chuquilhanto sentou e começou a cantar uma triste melodia. As fontes entenderam a sua angústia e manifestaram isso cantando em uníssono, consentindo, portanto, em ajudá-la.
LÍNGUA PORTUGUESA | 7
Chamaram a chuva e ordenaram-lhe que transmitisse ao pastor o carinho que Chuquilhanto sentia por ele.
A chuva saiu a cântaros do palácio, em direção à choupana de Acoitrapa. Ao encontrá-lo, banhou-lhe o
coração com a imagem da jovem.
O pastor, com o peito traspassado pela saudade da princesa, se pôs a tocar sua quena, com tanta tristeza,
que até as frias pedras se comoveram. Desolado, compreendeu que o sol jamais permitiria que a filha se casasse com um pobre guardador de lhamas.
Mas, que cansada estava sua alma de tanto sonhar com Chuquilhanto! Assim, adormeceu com a quena
apertada entre os dedos.
Ao anoitecer, chegou sua mãe. Vendo os olhos do filho cobertos de lágrimas, pressentiu o que estava acontecendo. Como boa velhinha, sabia que um homem só chora dormindo quando está longe
de sua amada.
A velhinha não suportava ver o filho sofrer. Pensando num modo de aliviá-lo, lembrou-se de um velho
bastão mágico que herdara de seus antepassados e que serviria perfeitamente a esse propósito. Então, arquitetou um plano; ordenou ao filho que fosse para a montanha, que se ocupasse do rebanho.
Enquanto isso, Chuquilhanto despertara com os primeiros raios de sol. Agora sentia o coração otimista, os
pés leves e um só desejo: encontrar seu amado.
Apostando corrida com o vento, chegou à choupana de Acoitrapa. Ao ver que ele não estava, seus olhos
se encheram de lágrimas. Tratou de disfarçar sua tristeza e se dirigiu à velhinha, que a olhava com atenção:
— Boa velhinha, tudo na senhora é belo! Jamais vi um basta semelhante a esse que está em suas mãos.
Suas pedras preciosas nada têm a invejar dos campos de flores e brilham como a lua cheia.
— Minha filha — respondeu-lhe a velha —, os seus olhos sabem apreciar o que é belo. De agora em diante,
este bastão é seu, sei que o deixo em boas mãos.
Chuquilhanto agradeceu e, acariciando as alvas tranças da senhora, recebeu o bastão.
— Obrigada, boa senhora!
— Adeus, Chuquilhanto — despediu-se a velhinha.
— Que o amor a acompanhe!
Chuquilhanto fez o caminho de volta ao palácio.
Quando cruzou a porta, os guardas, notando a tristeza em seus olhos, se perguntaram em voz baixa:
— O que estará acontecendo com a princesa que, mesmo possuindo tantas riquezas, tem tanta melancolia?
Quando, por fim, ficou sozinha em seu quarto, pôs o bastão de lado, se atirou na cama e caiu num pranto
desconsolado, pensando em seu pastor.
De súbito, que susto! Que surpresa! Alguém a chamava pelo nome! Acendeu a lamparina, com cuidado
para não fazer o menor ruído, e viu que o bastão mudava de cor: do rosa ao prateado, do verde ao vermelho,
laranja, azul e mil tons diferentes. A voz que a chamava provinha do bastão, não havia dúvida.
— Não se assuste — disse-lhe. — Sou o bastão mágico do amor. Minha missão é unir e proteger os que
se amam e sofrem por estar separados.
Chuquilhanto já não sentia medo. Ao contrário, estava maravilhada. Então, o bastão mágico se abriu como
uma flor, no centro da qual apareceu Acoitrapa. Ela se aproximou, abraçaram-se, beijaram-se e, cobrindo-se
com finas mantas, dormiram juntos.
8 | LÍNGUA PORTUGUESA
Ao alvorecer, temendo o castigo do sol, os jovens amantes fugiram do palácio. Mas um guarda os viu sair
e imediatamente avisou o pai de Chuquilhanto.
Furioso, o sol se pôs à testa de um grande exército e partiu atrás dos fugitivos. Estes, de longe, escutavam
sua voz irada apressando os soldados.
Depois de se distanciarem do sol e de suas tropas, esgotados pela longa corrida, os jovens pararam para
descansar. Sentados sob a folhagem de um altíssimo eucalipto, se olharam: havia amor em seus olhos. Sabendo-se perdidos, porque cedo ou tarde o sol os alcançaria, fizeram um último pedido ao bastão mágico:
— Transforme-nos em pedra. Assim, nada nem ninguém poderá nos separar.
O bastão, cuja única missão era unir os que se amam, realizou o último desejo do casal.
E ainda hoje, perto do povoado de Calca, existem duas estátuas de pedra, que os habitantes da região
chamam Pitu Sirai. São Chuquilhanto e Acoitrapa, amando-se para sempre.
*quena: Flauta tradicional de várias regiões dos Andes.
(Extraído de: Alfabetização: livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília: FUNDESCOLA/SEFMEC, 2000. 3 v.: 128 p. n. 2.)
9. Na lenda acima, verifica-se que o maior impedimento dos dois jovens ficarem juntos é:
( )a. O fato de serem seres diferentes: ele, humano, pastor de ovelhas; ela, filha do sol.
( )b. Por pertencerem a reinos distintos: ele morava no vale; ela, no palácio junto com o pai.
( )c. Porque a mãe de Acoitrapa era muito ciumenta e não permitia o casamento do filho.
( )d. O não consentimento do pai de Chuquilhanto, por Acoitrapa ser um pastor de ovelhas.
10. Muitas histórias de amor, como na leda acima, tratam sobre personagens impedidos de ficarem juntos, devido:
( ) a. ao preconceito social: por pertencerem a classes sociais diferentes.
( )b. a aparência física: porque são personagens considerados estranhos.
( )c. a moradia: vivem e pertencem a mundos completamente diferentes.
( )d. a ciúmes: porque os pais são extremamente egoístas e controladores.
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