terça-feira, 14 de julho de 2020

7 ano A, B, C e D Língua Portuguesa - Profa. Celina

 Bom Dia 7 ano,

Estou montando um grupo de whatsapp da minha sala de coordenação 7 ano B, para esclarecimento
de dúvidas e melhor interagirmos, aqueles que ainda não estão inclusos me enviar o número do celular através do e-mail: celinalanzetti@gmail.com

Para melhor avaliar suas atividades favor tirar foto do caderno e me enviar por e-mail.

Continuação da Atividade da Apostila Aprender Sempre

O texto a seguir é uma lenda latino-americana, especificamente do Peru: ACOITRAPA E CHUQUILHANTO Na cordilheira que fica em cima do vale de Yyucay, em Cusco, pode-se ouvir todos os sons. O vento sopra com sua bocarra; a manhã, obrigada a se levantar sempre antes dos outros, boceja morta de sono; os pássaros, seus eternos namorados, acordam cantando ao ouvi-la se espreguiçar. De repente, silêncio. Acaba de chegar Acoitrapa, o pastor de lhamas. Ele é jovem e belo. Toca a quena* tão docemente, que até as flores mais tímidas se abrem e despontam entre os galhos das árvores para escutá-lo. Certa vez, as duas filhas do sol passaram perto de seu rebanho. Encantadas com a música, se aproximaram para ver quem tocava tão bem assim aquele instrumento. O pastor ficou deslumbrado ao vê-las. Os três conversaram e riram, sem se preocupar com o correr das horas. Quando o sol se escondeu, as jovens, com muita pena, precisaram se despedir. O pai permitia que passeassem pelo vale, porém ai delas se não chegassem em casa antes do anoitecer! Chuquilhanto, a mais velha, se sentiu mais triste que sua irmã. Sem saber como, se apaixonara por Acoitrapa. Chegando ao palácio, Chuquilhanto não quis comer. Correu para o quarto, a fim de ficar sozinha. Deitou- -se, fechou os olhos, ficou se lembrando de seu doce pastor, e então adormeceu. Em sonhos, viu um belo rouxinol que cantava suave e harmoniosamente. Falou-lhe, então, de seu amor e de seu medo: temia que seu pai considerasse um guardador de lhamas muito pouco para uma filha do sol. O rouxinol, comovido pela aflição da jovem, lembrou-lhe que no palácio havia quatro fontes de água cristalina: se ela se sentasse no meio delas cantando o que o seu coração sentia, e as fontes lhe respondessem com a mesma melodia, significava que poderia fazer sua vontade e que seus desejos seriam atendidos. Chuquilhanto acordou. Lembrava-se perfeitamente do sonho. Vestiu-se depressa e foi aos jardins do palácio. Ali estavam as fontes, dando de beber à manhã. Seguindo as instruções do passarinho, Chuquilhanto sentou e começou a cantar uma triste melodia. As fontes entenderam a sua angústia e manifestaram isso cantando em uníssono, consentindo, portanto, em ajudá-la. LÍNGUA PORTUGUESA | 7 Chamaram a chuva e ordenaram-lhe que transmitisse ao pastor o carinho que Chuquilhanto sentia por ele. A chuva saiu a cântaros do palácio, em direção à choupana de Acoitrapa. Ao encontrá-lo, banhou-lhe o coração com a imagem da jovem. O pastor, com o peito traspassado pela saudade da princesa, se pôs a tocar sua quena, com tanta tristeza, que até as frias pedras se comoveram. Desolado, compreendeu que o sol jamais permitiria que a filha se casasse com um pobre guardador de lhamas. Mas, que cansada estava sua alma de tanto sonhar com Chuquilhanto! Assim, adormeceu com a quena apertada entre os dedos. Ao anoitecer, chegou sua mãe. Vendo os olhos do filho cobertos de lágrimas, pressentiu o que estava acontecendo. Como boa velhinha, sabia que um homem só chora dormindo quando está longe de sua amada. A velhinha não suportava ver o filho sofrer. Pensando num modo de aliviá-lo, lembrou-se de um velho bastão mágico que herdara de seus antepassados e que serviria perfeitamente a esse propósito. Então, arquitetou um plano; ordenou ao filho que fosse para a montanha, que se ocupasse do rebanho. Enquanto isso, Chuquilhanto despertara com os primeiros raios de sol. Agora sentia o coração otimista, os pés leves e um só desejo: encontrar seu amado. Apostando corrida com o vento, chegou à choupana de Acoitrapa. Ao ver que ele não estava, seus olhos se encheram de lágrimas. Tratou de disfarçar sua tristeza e se dirigiu à velhinha, que a olhava com atenção: — Boa velhinha, tudo na senhora é belo! Jamais vi um basta semelhante a esse que está em suas mãos. Suas pedras preciosas nada têm a invejar dos campos de flores e brilham como a lua cheia. — Minha filha — respondeu-lhe a velha —, os seus olhos sabem apreciar o que é belo. De agora em diante, este bastão é seu, sei que o deixo em boas mãos. Chuquilhanto agradeceu e, acariciando as alvas tranças da senhora, recebeu o bastão. — Obrigada, boa senhora! — Adeus, Chuquilhanto — despediu-se a velhinha. — Que o amor a acompanhe! Chuquilhanto fez o caminho de volta ao palácio. Quando cruzou a porta, os guardas, notando a tristeza em seus olhos, se perguntaram em voz baixa: — O que estará acontecendo com a princesa que, mesmo possuindo tantas riquezas, tem tanta melancolia? Quando, por fim, ficou sozinha em seu quarto, pôs o bastão de lado, se atirou na cama e caiu num pranto desconsolado, pensando em seu pastor. De súbito, que susto! Que surpresa! Alguém a chamava pelo nome! Acendeu a lamparina, com cuidado para não fazer o menor ruído, e viu que o bastão mudava de cor: do rosa ao prateado, do verde ao vermelho, laranja, azul e mil tons diferentes. A voz que a chamava provinha do bastão, não havia dúvida. — Não se assuste — disse-lhe. — Sou o bastão mágico do amor. Minha missão é unir e proteger os que se amam e sofrem por estar separados. Chuquilhanto já não sentia medo. Ao contrário, estava maravilhada. Então, o bastão mágico se abriu como uma flor, no centro da qual apareceu Acoitrapa. Ela se aproximou, abraçaram-se, beijaram-se e, cobrindo-se com finas mantas, dormiram juntos. 8 | LÍNGUA PORTUGUESA Ao alvorecer, temendo o castigo do sol, os jovens amantes fugiram do palácio. Mas um guarda os viu sair e imediatamente avisou o pai de Chuquilhanto. Furioso, o sol se pôs à testa de um grande exército e partiu atrás dos fugitivos. Estes, de longe, escutavam sua voz irada apressando os soldados. Depois de se distanciarem do sol e de suas tropas, esgotados pela longa corrida, os jovens pararam para descansar. Sentados sob a folhagem de um altíssimo eucalipto, se olharam: havia amor em seus olhos. Sabendo-se perdidos, porque cedo ou tarde o sol os alcançaria, fizeram um último pedido ao bastão mágico: — Transforme-nos em pedra. Assim, nada nem ninguém poderá nos separar. O bastão, cuja única missão era unir os que se amam, realizou o último desejo do casal. E ainda hoje, perto do povoado de Calca, existem duas estátuas de pedra, que os habitantes da região chamam Pitu Sirai. São Chuquilhanto e Acoitrapa, amando-se para sempre. *quena: Flauta tradicional de várias regiões dos Andes. (Extraído de: Alfabetização: livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília: FUNDESCOLA/SEFMEC, 2000. 3 v.: 128 p. n. 2.)

9. Na lenda acima, verifica-se que o maior impedimento dos dois jovens ficarem juntos é:
  (  )a. O fato de serem seres diferentes: ele, humano, pastor de ovelhas; ela, filha do sol.
  (  )b. Por pertencerem a reinos distintos: ele morava no vale; ela, no palácio junto com o pai.
  (  )c. Porque a mãe de Acoitrapa era muito ciumenta e não permitia o casamento do filho.
  (  )d. O não consentimento do pai de Chuquilhanto, por Acoitrapa ser um pastor de ovelhas.

10. Muitas histórias de amor, como na leda acima, tratam sobre personagens impedidos de ficarem juntos, devido:
   (  ) a. ao preconceito social: por pertencerem a classes sociais diferentes.
   (  )b. a aparência física: porque são personagens considerados estranhos.
   (  )c. a moradia: vivem e pertencem a mundos completamente diferentes.
   (  )d. a ciúmes: porque os pais são extremamente egoístas e controladores.


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