Professor: Antonio de Jesus Luiz
Disciplina: História 8º (C e D).
Período: 31 a 04 de Setembro
ENVIAR: E-mail: antoniojesusluiz@prof.educacao.sp.gov.br
Fico à disposição
Brasil – Guerra do
Paraguai
A
Guerra do Paraguai aconteceu de 1864 a 1870 e resultou na destruição completa
desse país após mais de cinco anos de conflito.
A Guerra do Paraguai foi
reflexo da consolidação das nações da bacia platina (Argentina, Uruguai, Brasil
e Paraguai) e resultou em enorme destruição e grande saldo de mortos. Conflito
de maior duração e proporção de toda a história da América do Sul, a Guerra do
Paraguai foi um grande divisor de águas para todos os países envolvidos.
Causas da Guerra do Paraguai
Diferentemente do que se pensava
décadas atrás, as causas da Guerra do Paraguai não se relacionavam ao
imperialismo da Inglaterra, pois estudos recentes, realizados a partir de
comprovação documental, mostraram que esse conflito foi resultado do processo
de formação e consolidação das nações da Bacia Platina.
Principais acontecimentos da guerra
Os primeiros atos de agressão
relacionados ao início da Guerra do Paraguai foram o aprisionamento de
uma embarcação brasileira (Marquês de Olinda),
que navegava pelo rio Paraguai em direção a Cuiabá, e a invasão do Mato
Grosso (atual Mato Grosso do Sul), ocorrida em 26 de dezembro de 1864.
O ataque paraguaio ao Brasil foi uma represália à invasão do território
uruguaio, conduzida pelo governo brasileiro em favor dos colorados e
contra os blancos (aliados de Solano López).
A ocupação paraguaia no Mato Grosso foi
conduzida por 7.700 soldados, que derrotaram facilmente as fracas forças de
defesa dessa região (875 militares do Exército e 3 mil membros da Guarda
Nacional). Esse território continuou sob posse paraguaia até meados de 1868,
principalmente devido à dificuldade de acesso ao Mato Grosso. Naquela época, o
único caminho para essa província consistia na navegação dos rios da bacia
platina.
Em seguida, as forças de Solano López
foram encaminhadas em direção ao Rio Grande do Sul e ao Uruguai. Solano enviou
milhares de soldados para o Uruguai com o objetivo de socorrer os blancos na
guerra contra o Brasil e os colorados. Para isso, solicitou
passagem por Corrientes para Mitre, presidente argentino.
Mitre, que era aliado dos colorados na
Guerra Civil Uruguaia, negou o direito de passagem às tropas paraguaias. Como
consequência, Solano López declarou guerra à Argentina e invadiu Corrientes.
Essa declaração de guerra ocasionou o surgimento da Tríplice Aliança, formada
por Brasil e Argentina, juntamente com colorados uruguaios,
para lutar contra os paraguaios. Essa aliança foi formalizada em 1º de maio de
1865.
A ofensiva paraguaia no Rio Grande do
Sul e em Corrientes foi um grande fracasso. As tropas paraguaias conquistaram a
inimizade das populações locais por causa dos saques realizados e foram
cercadas por tropas adversárias, sendo forçadas à rendição ou retirada. A
partir dessas derrotas, que ocorreram na segunda metade de 1865, o Paraguai
assumiu uma posição defensiva na guerra.
Coube aos membros da Tríplice Aliança
organizar os ataques contra as forças paraguaias, posicionadas defensivamente
no sul do país. Para o Brasil, a guerra representava um verdadeiro pesadelo
logístico, uma vez que acontecia em uma região de difícil acesso, distante dos
grandes centros brasileiros.
Um confronto extremamente importante
para os rumos da guerra aconteceu em junho de 1865: a Batalha Naval de Riachuelo. Nessa batalha, a
Marinha brasileira alcançou uma vitória importantíssima, destruiu parte
considerável da frota naval paraguaia e garantiu o controle das águas platinas
para a Tríplice Aliança, isolando o Paraguai e impedindo-o de receber provisões
essenciais para a continuidade da guerra.
Além da derrota em Riachuelo, as
derrotas nas campanhas no Rio Grande do Sul e em Corrientes mantiveram o
Paraguai em uma posição defensiva. Apesar dessa fragilidade paraguaia, a longa
duração da guerra (finalizada em 1870) explica-se pelos seguintes fatores: Desentendimentos
no comando dos exércitos da Tríplice Aliança atrasaram as
ações militares. O comando das tropas era função de Bartolomé Mitre, mas
problemas de convívio com o Marquês de Tamandaré atrapalhavam o gerenciamento
das tropas e a tomada de decisões.
O território paraguaio, repleta
de pântanos, impedia as movimentações militares e o melhor posicionamento da
artilharia durante as batalhas.
O pouco conhecimento desse
território, resultado de anos de isolamento do Paraguai, dificultava as
ações militares, uma vez que as lideranças militares tomavam ações mais
conservadoras motivadas pelo desconhecimento do mapa desse país. Maior
disponibilidade de tropas para os exércitos paraguaios e moral mais
elevado por terem sido convencidos por Solano López de que a guerra era um
conflito em defesa da independência paraguaia.
Retrato de Francisco Solano López,
ditador paraguaio de 1862 a 1870, conduziu o país à guerra*
A fase final da guerra foi marcada pelo
esgotamento do Paraguai e pelas sucessivas derrotas, com destaque para a capitulação
da fortaleza de Humaitá em 1868 e a invasão e o saque de
Assunção em 1º de janeiro de 1869. Depois da conquista de Assunção, a
guerra transformou-se em uma caçada a Solano López – que foi considerado
traidor da pátria pelo governo provisório paraguaio a partir de 1869. Nesse
período (1868-1869), os exércitos brasileiros foram liderados por Caxias, o
maior nome do exército brasileiro.
A partir de finais de 1869, a liderança
dos exércitos brasileiros foi assumida por Conde d’Eu, já que Caxias era
contrário à continuação do conflito. A caçada a Solano encerrou-se na batalha
de Cerro Corá, em março de 1870, quando soldados brasileiros
mataram o ex-ditador paraguaio. Finalizava-se assim a Guerra do Paraguai.
Consequências
A Guerra do Paraguai gerou
consequências, em diferentes graus, para todas as nações envolvidas. No caso da
Argentina, a guerra resultou na consolidação do território argentino e na
derrota definitiva dos federalistas de Entre Ríos e Corrientes. Apesar disso, o
presidente Mitre não conseguiu eleger seu candidato nas eleições de 1868. No
caso uruguaio, o país saiu também consolidado, com a superação definitiva das
disputas políticas entre blancos e colorados. No
entanto, o presidente uruguaio, Venancio Flores, foi assassinado em Montevidéu,
em 1868.
Para o Brasil, a guerra gerou forte
impacto na economia, uma vez que os gastos do Brasil foram 11 vezes o
orçamento anual do país em 1864. Além disso, o governo brasileiro saiu
bastante endividado, sobretudo com bancos ingleses, em decorrência dos
empréstimos feitos para financiar o conflito. A guerra também fortaleceu o
exército como instituição e marcou o início da decadência da monarquia.
O Paraguai foi a nação mais prejudicada
na guerra, afinal, grande parte das batalhas aconteceu em território paraguaio,
o que lhe causou grande destruição material. A nação ainda foi obrigada a abrir
mão dos litígios territoriais que travava com Brasil e Argentina. O país só não
perdeu mais territórios para a Argentina porque o governo brasileiro tratou de
defender a soberania do território paraguaio como forma de evitar o maior
fortalecimento dos argentinos.
Em relação à quantidade de mortos, o
saldo foi o seguinte:
Uruguai: 3.120 mortos;
Argentina: 18 mil mortos;
Brasil: 50 mil mortos.
O caso paraguaio é mais complexo por
causa da imprecisão nas estatísticas dos censos realizados no país após o
conflito. Ao longo dos anos, diferentes estudos foram feitos sobre a quantidade
de mortos na guerra, cujas estatísticas variaram, de acordo com os diferentes
pesquisadores, entre 25 mil e 300 mil mortos. A estimativa mais aceita apontou
a morte de, aproximadamente, 150 mil paraguaios na Guerra do
Paraguai.
Ilustração de 1868 retrata os cenários
de batalha durante a Guerra do Paraguai
ATIVIDADE
1) A guerra do Paraguai
durou quantos anos e o que ela consolidou?
2) Explique o porquê a
Batalha Naval de Riachuelo, foi importante para o Brasil?
3) Por que era difícil o
acesso e ataque do exército Brasileiro durante a Guerra do Paraguai?
4) Como se encerrou a
guerra?
5) Quais foram as
consequências da Guerra do Paraguai?
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