4º BIMESTRE
OBSERVAÇÃO: ENVIAR O TRABALHO PARA O MEU E-MAIL: reginalino@professor.educacao.sp.gov.br
TEMA:
REDEMOCRATIZAÇÃO (PÓS-DITADURA 1964)
O período chamado de “redemocratização”
compreendeu os anos de 1975 a 1985, entre os governos dos generais Ernesto
Geisel e João
Figueiredo e as eleições indiretas que devolveram o poder às mãos de
um presidente civil.
Conforme estudamos em outra aula,
no dia 25 de Outubro de 1975, O jornalista Vladimir Herzog foi espancado, torturado
com choques elétricos e afogamento e morreu asfixiado nas dependências do órgão
de repressão. Preocupados com a repercussão da morte de Herzog, os torturadores
do Doi-Codi forjaram uma cena grotesca de suicídio: apresentaram uma foto do
jornalista enforcado com o próprio cinto, no interior da cela. Embora esta não tenha
sido a primeira morte forjada pelos militares, ela iniciou uma onda de
protestos que levou a uma série de pequenas e grandes mudanças na ditadura e é
considerado o estopim do processo de distensão do regime, o que mostra que,
apesar do autoritarismo, a sociedade acha brechas para se mobilizar.
A MOBILIZAÇÃO SOCIAL CONTRA O REGIME MILITAR
No dia 31 de outubro de 1975, seis
dias após a morte de Herzog, um ato ecumênico foi realizado na Catedral da Sé,
no centro de São Paulo. Segundo o jornalista Sotilli: “Em plena ditadura
militar, milhares de cidadãos se reuniram, entre 8 e 10 mil pessoas, para
prestar suas homenagens ao Vlado e protestar pacificamente contra o regime. Foi
o primeiro ato público dessa envergadura, com esse tamanho, a confrontar a
ditadura militar. ” [...] por isso, nós costumamos dizer que esse ato inaugurou
o início do fim da ditadura”. Neste ato, diante de 8000 pessoas, o rabino Henry Sobel,
o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o pastor presbiteriano Jaime Wright
celebraram na Catedral da Sé um culto ecumênico em memória do jornalista.
A
mobilização acirrou as divergências internas no regime militar. O então presidente,
general Ernesto Geisel (1974-1979) que havia assumido o poder prometendo
retomar o crescimento econômico e restabelecer a democracia (desde que fosse
uma abertura “lenta, gradual e segura”e que atendesse aos interesses
militares), avisou o general Ednardo D Ávila Mello, comandante do II Exército:
não toleraria outras mortes naquelas circunstâncias. Apesar disso, em 17 de
janeiro do ano seguinte, o operário Manuel Fiel Filho morreria sob tortura no
mesmo Doi-Codi. Mais uma vez, as autoridades forjaram um suicídio. Dois dias
depois, Geisel substituiu Ednardo. Daí para a frente, a mobilização social não
parou de crescer.
A
luta pela abertura era articulada por diversos setores e entidades, como a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE),
além da própria imprensa. Com a crescente pressão, o Congresso foi reaberto e aprovou,
em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não podia mais ser fechado, nem ser
cassados os direitos políticos dos cidadãos.
Além da revogação do AI-5, a abertura democrática teve como medidas o decreto de Anistia, que perdoava todos os crimes políticos cometidos durante a Ditadura Militar (até 1979), e foi permitida a criação de novos partidos políticos. As greves de 1978 e os movimentos estudantis contribuíram muito com o enfraquecimento do regime e levaram a população a se manifestar em 1984, com a reivindicação da realização de eleições diretas para o Presidente da República, as Diretas Já.
CAMPANHA PELAS ELEIÇÕES DIRETAS
Nos últimos meses de 1983, teve início em
todo o país uma campanha pelas eleições diretas para presidente, as
"Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ulysses Guimarães, entre
outros. O movimento chegou ao auge em 1984, quando seria votada a Emenda Dante de Oliveira, que pretendia
restabelecer as eleições diretas para presidente.
No dia 25 de abril, a emenda não conseguiu os
2/3 necessários para sua aprovação. Logo depois da derrota, grande parte das
forças de oposição resolveu participar das eleições indiretas para presidente.
O PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice-presidente. Reunido
o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou
Paulo Maluf, candidato do PDS.
Entretanto, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo, levando à posse de José Sarney, o primeiro presidente civil depois de 21 anos de Regime Militar e deu início a um novo período democrático na história brasileira.
VÍDEO NO CENTRO DE
MÍDIAS
https://www.youtube.com/watch?v=Im7Zl8wXypM&list=PLYyXIuxt8-m02j7NFciC-e7CPwvqGjfQS&index=20
RESUMO DESENHADO
https://www.youtube.com/watch?v=93PBy0aZDf0&t=294s
QUESTÕES
1.
Por que o assassinato de Vladimir Herzog pode ser considerado o estopim do
processo de distensão do regime militar?
2.
Quais entidades sociais lutaram e pressionaram o governo pelo fim da Ditadura
no Brasil?
3.
Pesquise o que foi a Lei da Anistia e como ela foi implantada no Brasil.
4.
O fim do Bipartidarismo permitiu a criação de novos partidos políticos no
Brasil. Pesquise e explique: Quais partidos existiam durante a ditadura militar
e quais surgiram durante o período de lutas pela redemocratização.
5.
Pesquise e explique o que foi a Emenda Dante de Oliveira.
6. Observe a charge do Henfil abaixo.
A imagem faz referência a uma
intensa mobilização popular e pode ser traduzida como:
a) a campanha
popular que confrontava a legitimidade das eleições indiretas no país.
b) a manifestação de milhares de pessoas em prol da realização de eleições para
o Senado.
c) as passeatas realizadas em prol do fim da Ditadura Militar no Brasil e na
Argentina.
d) os comícios e manifestações populares pela abertura política de forma lenta
e segura.
e) o movimento que exigia o direito à igualdade de voto para homens e mulheres.
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