segunda-feira, 23 de novembro de 2020

HISTÓRIA 3º A - PROFESSORA REGINA LINO

4º  BIMESTRE

OBSERVAÇÃO: ENVIAR O TRABALHO PARA O MEU E-MAIL: reginalino@professor.educacao.sp.gov.br

TEMA: REDEMOCRATIZAÇÃO (PÓS-DITADURA 1964)       

O período chamado de “redemocratização” compreendeu os anos de 1975 a 1985, entre os governos dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo e as eleições indiretas que devolveram o poder às mãos de um presidente civil.

Conforme estudamos em outra aula, no dia 25 de Outubro de 1975, O jornalista Vladimir Herzog foi espancado, torturado com choques elétricos e afogamento e morreu asfixiado nas dependências do órgão de repressão. Preocupados com a repercussão da morte de Herzog, os torturadores do Doi-Codi forjaram uma cena grotesca de suicídio: apresentaram uma foto do jornalista enforcado com o próprio cinto, no interior da cela. Embora esta não tenha sido a primeira morte forjada pelos militares, ela iniciou uma onda de protestos que levou a uma série de pequenas e grandes mudanças na ditadura e é considerado o estopim do processo de distensão do regime, o que mostra que, apesar do autoritarismo, a sociedade acha brechas para se mobilizar.

A MOBILIZAÇÃO SOCIAL CONTRA O REGIME MILITAR

No dia 31 de outubro de 1975, seis dias após a morte de Herzog, um ato ecumênico foi realizado na Catedral da Sé, no centro de São Paulo. Segundo o jornalista Sotilli: “Em plena ditadura militar, milhares de cidadãos se reuniram, entre 8 e 10 mil pessoas, para prestar suas homenagens ao Vlado e protestar pacificamente contra o regime. Foi o primeiro ato público dessa envergadura, com esse tamanho, a confrontar a ditadura militar. ” [...] por isso, nós costumamos dizer que esse ato inaugurou o início do fim da ditadura”. Neste ato,  diante de 8000 pessoas, o rabino Henry Sobel, o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e o pastor presbiteriano Jaime Wright celebraram na Catedral da Sé um culto ecumênico em memória do jornalista.

A mobilização acirrou as divergências internas no regime militar. O então presidente, general Ernesto Geisel (1974-1979) que havia assumido o poder prometendo retomar o crescimento econômico e restabelecer a democracia (desde que fosse uma  abertura “lenta, gradual e segura”e que atendesse aos interesses militares), avisou o general Ednardo D Ávila Mello, comandante do II Exército: não toleraria outras mortes naquelas circunstâncias. Apesar disso, em 17 de janeiro do ano seguinte, o operário Manuel Fiel Filho morreria sob tortura no mesmo Doi-Codi. Mais uma vez, as autoridades forjaram um suicídio. Dois dias depois, Geisel substituiu Ednardo. Daí para a frente, a mobilização social não parou de crescer.

A luta pela abertura era articulada por diversos setores e entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), além da própria imprensa. Com a crescente pressão, o Congresso foi reaberto e aprovou, em 1979, a revogação do AI-5. O Congresso não podia mais ser fechado, nem ser cassados os direitos políticos dos cidadãos.

Além da revogação do AI-5, a abertura democrática teve como medidas o decreto de Anistia, que perdoava todos os crimes políticos cometidos durante a Ditadura Militar (até 1979), e foi permitida a criação de novos partidos políticos. As greves de 1978 e os movimentos estudantis contribuíram muito com o enfraquecimento do regime e levaram a população a se manifestar em 1984, com a reivindicação da realização de eleições diretas para o Presidente da República, as Diretas Já.

CAMPANHA PELAS ELEIÇÕES DIRETAS

Nos últimos meses de 1983, teve início em todo o país uma campanha pelas eleições diretas para presidente, as "Diretas Já", que uniram várias lideranças políticas como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ulysses Guimarães, entre outros. O movimento chegou ao auge em 1984, quando seria votada a Emenda Dante de Oliveira, que pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente.

No dia 25 de abril, a emenda não conseguiu os 2/3 necessários para sua aprovação. Logo depois da derrota, grande parte das forças de oposição resolveu participar das eleições indiretas para presidente. O PMDB lançou Tancredo Neves, para presidente e José Sarney, para vice-presidente. Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou Paulo Maluf, candidato do PDS.

    Entretanto, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo, levando à posse de José Sarney, o primeiro presidente civil depois de 21 anos de Regime Militar e deu início a um novo período democrático na história brasileira.

VÍDEO NO CENTRO DE MÍDIAS

https://www.youtube.com/watch?v=Im7Zl8wXypM&list=PLYyXIuxt8-m02j7NFciC-e7CPwvqGjfQS&index=20

RESUMO DESENHADO

https://www.youtube.com/watch?v=93PBy0aZDf0&t=294s

QUESTÕES

1. Por que o assassinato de Vladimir Herzog pode ser considerado o estopim do processo de distensão do regime militar?

2. Quais entidades sociais lutaram e pressionaram o governo pelo fim da Ditadura no Brasil?

3. Pesquise o que foi a Lei da Anistia e como ela foi implantada no Brasil.

4. O fim do Bipartidarismo permitiu a criação de novos partidos políticos no Brasil. Pesquise e explique: Quais partidos existiam durante a ditadura militar e quais surgiram durante o período de lutas pela redemocratização.

5. Pesquise e explique o que foi a Emenda Dante de Oliveira.

6. Observe a charge do Henfil abaixo.

 



 

 

 

 



A imagem faz referência a uma intensa mobilização popular e pode ser traduzida como:

a) a campanha popular que confrontava a legitimidade das eleições indiretas no país.
b) a manifestação de milhares de pessoas em prol da realização de eleições para o Senado.
c) as passeatas realizadas em prol do fim da Ditadura Militar no Brasil e na Argentina.
d) os comícios e manifestações populares pela abertura política de forma lenta e segura.
e) o movimento que exigia o direito à igualdade de voto para homens e mulheres.



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