segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Prof. Liria Bordinhao - 2 A - Lingua Portuguesa e Literatura - Semana de 30 de novembro a 04 de dezembro

 

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

DATA DA AULA: 27/10/2020

TEMA DA AULA: “O único assassinato de Cazuza – Parte 1 - Aula 7 – páginas 16 a 19

ETAPA DE ENSINO: 2º ano Médio

 

Habilidades do Currículo do Estado de São Paulo:

Ø  Identificar o valor expressivo da metáfora e da metonímia na construção coesiva de um texto. (Habilidade essencial)

 

Objetivos de conhecimento:

Ø  Reconhecer os efeitos de sentido produzidos pelo uso da ironia como recurso expressivo.

 

I – Estrategia

Ø  Ler a primeira parte do conto “O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto.

Ø  Conhecer o autor Lima Barreto e o período histórico ao qual pertenceu.

Ø  Estudar os efeitos expressivos da utilização da figura de retórica “ironia” em textos literários.


Aprender Sempre, 2020. Caderno do professor, 2ª série, vol. 3, capa.

 

Responda

“O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto

Ø  Qual a expectativa que uma história com este título gera no leitor?

Ø  O que é preciso para que o título de uma história desperte em você o desejo de lê-la?

Ø  O conto que vamos ler foi escrito por um escritor brasileiro chamado Lima Barreto. O que você sabe sobre este escritor?

 

II - “O único assassinato de Cazuza”

Ø  Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), escritor brasileiro nascido no Rio de Janeiro.

Ø  Autor de:

      Triste fim de Policarpo Quaresma

      Clara dos Anjos


Autor desconhecido. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:LimaBarreto.jpg

Acesso em: 22 out. 2020.

Antes da leitura, vamos relembrar os elementos básicos de uma narrativa...

  • Personagem
  • Espaço
  • Tempo
  • Narrador

·         Enredo

 

Antes da leitura do texto, vamos observar alguns termos que encontraremos ao longo da leitura...

Ø  Glossário

·         Soturno: tristonho, que demonstra melancolia ou tristeza.

·         Antologista: autor de antologia.

·         Jules Verne: romancista francês, que ajudou a fundar um novo gênero literário, a ficção científica; Vinte mil léguas submarinas é um de seus livros, no qual aparece o submarino Náutilus.

 

“O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto

       HILDEGARDO BRANDÃO, conhecido familiarmente por Cazuza, tinha chegado aos seus cinquenta anos e poucos, desesperançado; mas não desesperado.

       Depois de violentas crises de desespero, rancor e despeito, diante das injustiças que tinha sofrido em todas as coisas nobres que tentara na vida, vieram-lhe uma beatitude de santo e uma calma grave de quem se prepara para a morte.

      Tudo tentara e em tudo mais ou menos falhara. Tentara formar-se, foi reprovado; tentara o funcionalismo, foi sempre preterido por colegas inferiores em tudo a ele, mesmo no burocracismo; fizera literatura e se, de todo, não falhou, foi devido à audácia de que se revestiu, audácia de quem “queimou os seus navios”. Assim mesmo, todas as picuinhas lhe eram feitas.

       Às vezes, julgavam-no inferior a certo outro, porque não tinha pasta de marroquim; outras vezes tinham-no por inferior a determinado “antologista”, porque semelhante autor havia, quando “encostado” ao Consulado do Brasil, em Paris, recebido como presente do Sião uma bengala de legítimo junco da Índia.

Por essas do rei e outras ele se aborreceu e resolveu retirar-se da liça. Com alguma renda, tendo uma pequena casa, num subúrbio afastado, afundou-se nela, aos quarenta e cinco anos, para nunca mais ver o mundo, como o herói de Jules Verne, no seu “Náutilus”.

       Comprou os seus últimos livros e nunca mais apareceu na Rua do Ouvidor. Não se arrependeu nunca de sua independência e da sua honestidade intelectual.

       Aos cinquenta e três anos, não tinha mais um parente próximo junto de si. Vivia, por assim dizer, só, tendo somente a seu lado um casal de pretos velhos, aos quais ele sustentava e dava, ainda por cima, algum dinheiro mensalmente.

       A sua vida, nos dias de semana, decorria assim: pela manhã, tomava café e ia até a venda, que supria a sua casa, ler os jornais sem deixar de servir-se, com moderação, de alguns cálices de parati, de que infelizmente abusara na mocidade.

       Voltava para a casa, almoçava e lia os seus livros, porque acumulara uma pequena biblioteca de mais de mil volumes. Quando se cansava, dormia. Jantava e, se fazia bom tempo, passeava a esmo pelos arredores, tão alheio e soturno que não perturbava nem um namoro que viesse a topar.

       Aos domingos, porém, esse seu viver se quebrava. Ele fazia uma visita, uma única e sempre a mesma. Era também a um desalentado amigo seu. Médico, de real capacidade, nunca o quiseram reconhecer porque ele escrevia “propositalmente” e não “propositadamente”, “de súbito” e não “às súbitas”, etc., etc. Tinham sido colegas de preparatórios e, muito íntimos, dispensavam-se de usar confidências mútuas.

Aprender Sempre, 200. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 2ª série EM, vol. 3, p. 17.

Responda

Ø  Que tipo de conto é esse: de humor, terror, romance etc.? Justifique sua resposta...

Ø  Quais palavras melhor definem a personagem desse conto?

Ø  Que tipo de narrador o conto apresenta? Comente.

Ø  Em “Depois de violentas crises de desespero, rancor e despeito, diante das injustiças que tinha sofrido em todas as coisas nobres que tentara na vida”, o termo destacado está empregado em um sentido real ou pretende sugerir o contrário? Explique.

IV - A ironia

Ø  É uma forma de expressão literária ou uma figura de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se quer expressar. Na literatura, a ironia é a arte de zombar de alguém ou de alguma coisa, com um ponto de vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor.

Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ironia>. Acesso em 22 out. 2020.

 



Aprender Sempre, 2020. Caderno do professor, 2ª série, vol. 3, capa.

VII - Atividade...

Ø  Leia a segunda parte do conto “O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto.

Ø  O trecho está presente no caderno do aluno “Aprender Sempre” Vol. 3, página 19.

 

 

BONS ESTUDOS!!!

lilibordinhao@gmail.com

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