LÍNGUA
PORTUGUESA E LITERATURA
DATA DA AULA: 27/10/2020
TEMA DA AULA: “O
único assassinato de Cazuza – Parte 1 - Aula 7 – páginas 16 a 19
ETAPA DE ENSINO: 2º
ano Médio
Habilidades do
Currículo do Estado de São Paulo:
Ø Identificar o valor
expressivo da metáfora e da metonímia na construção coesiva de um texto.
(Habilidade essencial)
Objetivos de
conhecimento:
Ø Reconhecer os efeitos
de sentido produzidos pelo uso da ironia como recurso expressivo.
I – Estrategia
Ø Ler a primeira parte
do conto “O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto.
Ø Conhecer o autor Lima
Barreto e o período histórico ao qual pertenceu.
Ø Estudar os efeitos
expressivos da utilização da figura de retórica “ironia” em textos literários.
Aprender Sempre,
2020. Caderno do professor, 2ª série, vol. 3, capa.
Responda
“O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto
Ø Qual a
expectativa que uma história com este título gera no leitor?
Ø
O que é preciso para que o título de uma
história desperte em você o desejo de lê-la?
Ø O conto que
vamos ler foi escrito por um escritor brasileiro chamado Lima Barreto. O que
você sabe sobre este escritor?
II - “O único
assassinato de Cazuza”
Ø Afonso Henriques de
Lima Barreto (1881-1922),
escritor brasileiro nascido no Rio de Janeiro.
Ø Autor de:
• Triste fim de
Policarpo Quaresma
• Clara dos Anjos
Autor desconhecido.
Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:LimaBarreto.jpg
Acesso em: 22 out.
2020.
Antes da leitura,
vamos relembrar os elementos básicos de uma narrativa...
- Personagem
- Espaço
- Tempo
- Narrador
·
Enredo
Antes da leitura do
texto, vamos observar alguns termos que encontraremos ao longo da leitura...
Ø Glossário
·
Soturno: tristonho, que demonstra melancolia ou
tristeza.
·
Antologista: autor de antologia.
·
Jules Verne: romancista francês, que ajudou a fundar um
novo gênero literário, a ficção científica; Vinte mil léguas submarinas é
um de seus livros, no qual aparece o submarino Náutilus.
“O único assassinato
de Cazuza”, de Lima Barreto
HILDEGARDO BRANDÃO, conhecido
familiarmente por Cazuza, tinha chegado aos seus cinquenta anos e poucos,
desesperançado; mas não desesperado.
Depois de violentas crises de desespero,
rancor e despeito, diante das injustiças que tinha sofrido em todas as coisas
nobres que tentara na vida, vieram-lhe uma beatitude de santo e uma calma grave
de quem se prepara para a morte.
Tudo tentara e em tudo mais ou menos
falhara. Tentara formar-se, foi reprovado; tentara o funcionalismo, foi sempre
preterido por colegas inferiores em tudo a ele, mesmo no burocracismo; fizera
literatura e se, de todo, não falhou, foi devido à audácia de que se revestiu,
audácia de quem “queimou os seus navios”. Assim mesmo, todas as picuinhas lhe
eram feitas.
Às vezes, julgavam-no inferior a certo
outro, porque não tinha pasta de marroquim; outras vezes tinham-no por inferior
a determinado “antologista”, porque semelhante autor havia, quando “encostado”
ao Consulado do Brasil, em Paris, recebido como presente do Sião uma bengala de
legítimo junco da Índia.
Por
essas do rei e outras ele se aborreceu e resolveu retirar-se da liça. Com
alguma renda, tendo uma pequena casa, num subúrbio afastado, afundou-se nela,
aos quarenta e cinco anos, para nunca mais ver o mundo, como o herói de Jules
Verne, no seu “Náutilus”.
Comprou os seus últimos livros e nunca
mais apareceu na Rua do Ouvidor. Não se arrependeu nunca de sua independência e
da sua honestidade intelectual.
Aos cinquenta e três anos, não tinha
mais um parente próximo junto de si. Vivia, por assim dizer, só, tendo somente
a seu lado um casal de pretos velhos, aos quais ele sustentava e dava, ainda
por cima, algum dinheiro mensalmente.
A sua vida, nos dias de semana, decorria
assim: pela manhã, tomava café e ia até a venda, que supria a sua casa, ler os
jornais sem deixar de servir-se, com moderação, de alguns cálices de parati, de
que infelizmente abusara na mocidade.
Voltava para a casa, almoçava e lia os
seus livros, porque acumulara uma pequena biblioteca de mais de mil volumes.
Quando se cansava, dormia. Jantava e, se fazia bom tempo, passeava a esmo pelos
arredores, tão alheio e soturno que não perturbava nem um namoro que viesse a
topar.
Aos domingos, porém, esse seu viver se
quebrava. Ele fazia uma visita, uma única e sempre a mesma. Era também a um
desalentado amigo seu. Médico, de real capacidade, nunca o quiseram reconhecer
porque ele escrevia “propositalmente” e não “propositadamente”, “de súbito” e
não “às súbitas”, etc., etc. Tinham sido colegas de preparatórios e, muito
íntimos, dispensavam-se de usar confidências mútuas.
Aprender
Sempre, 200. Caderno do Aluno, Língua Portuguesa, 2ª série EM, vol. 3, p. 17.
Responda
Ø Que tipo de
conto é esse: de humor, terror, romance etc.? Justifique sua resposta...
Ø Quais
palavras melhor definem a personagem desse conto?
Ø Que tipo de
narrador o conto apresenta? Comente.
Ø Em “Depois de violentas crises
de desespero, rancor e despeito, diante das injustiças que tinha sofrido em
todas as coisas nobres que
tentara na vida”, o termo destacado está empregado em um sentido real ou
pretende sugerir o contrário? Explique.
IV - A ironia
Ø
É
uma forma de expressão literária ou uma figura de
retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se quer expressar.
Na literatura, a ironia é a arte de zombar de alguém ou de alguma coisa, com um
ponto de vista a obter uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor.
Wikipédia. Disponível
em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ironia>. Acesso em 22 out. 2020.
Aprender Sempre,
2020. Caderno do professor, 2ª série, vol. 3, capa.
VII
- Atividade...
Ø
Leia a
segunda parte do conto “O único assassinato de Cazuza”, de Lima Barreto.
Ø
O trecho
está presente no caderno do aluno “Aprender Sempre” Vol. 3, página 19.
BONS
ESTUDOS!!!
lilibordinhao@gmail.com
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